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Por amor ao meu país…


Passo do amor à politica,
Por amor do meu pais
Verdadeiro,

Por fim passo da política,
À poesia por despudor,
Não por amor à primeira,
Entorto como uma colher,

À procura do calcanhar
E só recolho um ralo,
Aquoso e insonso tanto, deste
Amor não recíproco

Com a vida em que me pendo,
Com quem convivo,
Por amor ao seguinte,

Ímpar é o meu sonho,
Igual a nenhum outro,
Quanto mais o seguro,
Mais ele confirma,

Ser verdadeira a porção,
De sonho que bebo
Ao deitar pra me
Sentir futuro de

Manhã, quando acordo
E penso se não serei eu
feliz, mais que ninguém

Senão só eu, se não sairá do
Mar chão o meu pensar
Veleiro e o passar,
Passageiro do sonho,

Ímpar e inocente,
Como novo e a estrear, ainda
Que estranho este
Sonhar, Ímpar o sorrir,

Quando me apaixono
Por tudo e por pouco,
Ímpares os sapatos
Que calço, a camisola

Usada, o trabalho
Mesmo que não “dê nada”,
Ímpar a irracionalidade
Desta poesia,

Assim as relações
Entre humanos, ímpares
quando acreditamos,
Ímpar o meu sonho,

De um veleiro no chão mar,
Do meu passar passageiro,
Tão perto, tão longe
Do meu amar veleiro,

Mesmo que não navegue
De verdade aqui no meu país,
Verdadeiro o meu jeito de amar…

Jorge Santos (09/2015)
http://joel-matos.blogspot.com

Uma opinião sobre “Por amor ao meu país…

  1. poema de Joaquim Namorado –
    Dizia ele “Que quanto mais me afundo
    maior é a minha ânsia de salvar-me!”
    Este país é o meu “interior” país que quero “salvar” do afundamento parcial ou total, por isso peguei numa frase do Miguel Esteves Cardoso “passo do amor à política por amor ao meu país”
    Dizia ele no texto,
    – O preço da pressa -“O tempo, a ocasião e a sorte parecem ser coisas parecidas – mas são coisas muito diferentes. O ponto de vista, conforme o lugar onde se esteja e de onde se veja, importa mais do que o sentimento ou o juízo.
    É sinal de ser-se feliz achar que o tempo nos foi roubado e que é pouco o tempo que tivemos e pouco o tempo que nos resta.”
    Por essa razão coloco o país na minha alma profunda. num pais interno e sublimado em demasia assim como o tempo para a redimir ou salvar, essa coisa tão privada e particular, não permanente como se fosse um veleiro a passar,
    ” O castigo de ser feliz é o tempo passar depressa. O castigo de ser triste é o tempo não passar. A recompensa de não conseguir ser nem triste nem feliz, permanecendo indiferente, é o tempo passar devagar. Se todos os dias nascemos – os que temos a sorte de amar, mais a suspeita de sermos, talvez, amados – todos os dias morremos cedo de mais.”
    Do ponto de vista deste timoneiro e capitão pouco mais há a dizer..

    Leia mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=296010 © Luso-Poemas

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